Pesquisar

Marrocos - Roteiro completo da viagem - 5 dias

Quando fui planejar essa viagem, pouca informação de Marrocos eu achei pela internet.
As pessoas costumam viajar por Marrocos através de excursões em 4x4 ou alugando carro. São poucos os que usam o transporte público local. Acredito que eu seja uma das pioneiras ou a tal que faz essa viagem toda de ônibus e depois ainda relate o tal feito.
Como eu tenho horror a rigidez das excursões e gosto de falar com os nativos, adorei a aventura.
Placa de trânsito
Em todo caso, tenho que agradecer aos marroquinos do Couchsurfing que me deram muitas dicas de como chegar aos lugares, qual melhor caminho, transporte , tudo. Tenho que agradecer ao mochileiro Luizquinet também que compartilhou sua ida no passado a Marrocos, que me animou muito dizendo que os ônibus tinham ar-condicionado. Pois eu fui no verão, e 50ºC na estrada não é para qualquer um.

O que posso dizer é que amei as pessoas das cidades menos badaladas como Ouarzazate, Rissani, Tinghir e Merzouga. A população é muito agradável e nos recebeu muito bem.
A tia em Ouarzazate parou do meu lado encantada dizendo que eu era muito bonita. Pena que não pude agradecê-la , pois meu colega que traduziu para mim e ela já estava longe. Senhora de bom gosto, mas falou em árabe, uma pena eu não falar árabe!
Em Rissani as crianças queriam puxar assunto. E ainda vieram até nós adultos praticar o inglês e espanhol. Em Rissani, Merzouga e Tinghir, conhecemos muitas pessoas que falavam inglês e espanhol; nos espantamos porque imaginávamos que isso aconteceria em Marraquexe ou Rabat, mas foi o contrário. Se eu não falasse um pouco de francês estaria lascada em Rabat.

De imperdível: 1-vallèe du Todra em Tinghir ,
2- contar as estrelas e curtir o dia na Erg Chebbi em Merzouga
3- curtir o artesanato , encantadores de serpentes do local
4- admirar os kasbah

A viagem, tirando a alimentação, gastei menos de 100€ em Marrocos
Acredito que nos 5 dias, gastei muito menos de 200€, talvez uns 170.

A seguir, uma planilha com os gastos reais de transporte e hospedagem. O preço dos alimentos estão no canto superior por tipo de comida. Eu comprei muita água, suco, bolinhos e peixe enlatado. Como eles não tiram a escama da sardinha, passei a aderir ao atum. Há restaurantes nas cidades, todavia com medo de não me adaptar a comida local, já que ouvi vários relatos de pessoas que passaram mal em Marrocos, preferi não arriscar muito. Até cheguei a comer algumas coisas típicas, mas só uma provinha. Além disso, como era Ramadan, em algumas cidades os restaurantes estavam fechados como em Rabat, daí, o atum enlatado com suco de pêssego que deu uma sustentada.

Tabela com gastos em transporte e hospedagem
A viagem foi assim:
Dia 1 - chegamos a Marrakech pelo aeroporto Menara
Jamaa el Fna 
Saindo da porta do aeroporto, pegamos o ônibus 11 numa avenida perpendicular a frente do aeroporto e que se encontra a sua esquerda. O ponto de ônibus fica no outro da estrada em frente a um mecânico/borracheiro. Custa 3,50Dh.
O ônibus linha 19, também leva a cidade e sai da porta do aeroporto e custa 30Dh ida ou 50Dh ida-e-volta
Jamaa el Fna
Dizem que a distância até a cidade são de 6km e que dá para ir a pé. Ao meu ver, não dá para ir a pé porque além do sol ser muito potente, você não pode cortar muito caminho, pois os terrenos baldios têm muros que te obriga dar uma volta imensa. Além disso, há quarteirões intermináveis que te impedem de acessar a rua que está logo ali atrás. A média do ser humano são 5km/h, então para que andar 1h ou mais com uma mala nas costas e sem necessidade.
Dormindo nos bancos da CTM (opera 24h)
aguardando o ônibus, apoiados na pilastra
e com as mochilas de travesseiro;
e, com um gato mais cansado ao meio
O taxi saindo do aeroporto como em todo lugar é mais caro. Eu estava perto da estação de trem na volta e o taxista disse que faria para mim o mesmo preço do ônibus, ele queria cobrar 20Dh e eu paguei a ele 30Dh, pois o ônibus custa 30Dh. De qualquer forma, na maquininha dele estava registrado 17,06Dh. Ou seja, o taxi também vale a pena e você vai conversando com o motorista etc.
Teatro Royal ao fundo
Chegando a cidade, os ônibus te deixam na entrada da praça mais famosa da cidade que é a Praça Jamaa el Fna.
Passeamos pela praça no primeiro dia e fomos a agência da CTM comprar as passagens para Ouarzazate.  Eu achei a paisagem a esquerda do ônibus mais bonita pois dá de cara com a parte baixa do vale em Ouarzazate. Ou seja, sentem no lado do motorista.
A agência da Supratour, a estação de trem e a CTM é tudo perto da outra. Fomos no ônibus 8, que sai da Praça Jamaa el Fna e te deixa em frente a agência da Supratours.
Para ir a CTM desde Supratours, você atravessa a avenida e entra na primeira rua paralela a essa avenida , sentido direita. Na segunda quadra, já está a CTM.
Para ir ao Teatro Royal ou estação de trem desde Supratour (há Mcdonald e KFC na estação), basta ir a esquerda de quem sai da agência, pois a estação está na esquina.

Dia 2 - Chegada a Ouarzazate
Estúdio de cinema
Ouarzazate
O ônibus da CTM passa pelos CLA e Atlas estúdios, não sei se o motorista pode parar em frente. Pois nós desavisados, fomos até o ponto final e tivemos que pegar um petit taxi de 10Dh por pessoa desnecessariamente.
Lá, gravaram Gladiador, Cleópatra e outros filmes que eu conhecia de nome e não me lembrava de uma cena sequer. Kkkk. Eu não costumo guardar cena de filme, nome de ator, mas é bem legal o lugar. Quem é apaixonado por cinema, vai gostar. Para quem vai com criança, também acho legal levar.
A compra dos tickets é feita lá mesmo na recepção do hotel Oscar e dá direito a guia. Muito simpática a nossa guia e como chegamos cedo, tivemos orientação VIP. Quando terminou a nossa, já havia um monte de gente, mais de 10 pessoas aguardando a guia. Ou seja, melhor chegar cedo. A orientação é em francês, árabe e inglês.
Saindo dos estúdios pegamos um petit taxi para o centro dos petit taxi a fim de pegar um carro para Tinghir, só que queriam cobrar 60Dh por pessoa, o que era um preço justo. Todavia, esperar lotar o taxi duraria uma eternidade. Daí, propomos pagar o valor da lotada e ele disse que carregava 6 passageiros num carro de passeio comum e cobrou 360Dh. Diante dessa situação, fomos a CTM de petit taxi e ficamos zanzando pela região até dar a hora do nosso ônibus para Tinerhir.
Em Ouarzazate, o pessoal pega taxi para Ait ben Haddou, onde tem os kasbah, mas passamos por tantos pela estrada que já estávamos satisfeitos. E no caminho para Tinghir e Merzouga passamos por mais kasbah (casas berbéres típicas) e ruínas. Mas se a pessoa quiser entrar em um para conhecer melhor, terá que pegar um taxi ou algo do tipo, que não sai caro.

 Na verdade, vi de tudo nessa viagem, caminhão levando galões de combustível na caçamba. O mais interessante, foi o caminhão da Pepsi com os funcionários acampados ao redor do caminhão provavelmente descansando ou pernoitando para depois seguir viagem e levar a carga.
Gargantas de Todra
Rio a direita
Kasbah
Vegetação
Vallèe Todra
Já em Tinghir, pegamos um petit taxi numa subida de uma rua que está em frente ao posto dos Correios. Só atravessar a principal e entrar na primeira rua  em frente que já vê os taxi. Combinamos com o motorista 150Dh para ele nos levar ao vallèe Todra, aguardar nossa sessão de fotos e voltar. Mas isso porque combinamos de ir e voltar rápido. Tenha bom senso caso você deseje ficar horas no vale. Nesse caso, combine com o motorista um horário para que ele te busque ou então pague mais caro. Pois o motorista vive disso e no tempo que está te aguardando, ele poderia estar fazendo outra lotada. BOM SENSO!
Se eu tivesse tempo, ficaria na garganta de Todra até o pôr-do-sol, dormiria em Tinghir e só iria a Merzouga no dia seguinte e de ônibus. Sai mais barato e é mais cômodo. Até chegar a garganta vemos uma vegetação que parece de palmeiras muito bonita. A garganta propriamente dita é linda e relaxante. Há um rio que o pessoal frequenta com amigos e família, levam suas cadeiras para sentar no meio do rio ou a margem. Descansar os pés nas águas corrente de um rio num fim de tarde depois de andar muito é bem tentador. Nos vales, encontramos nas paredes rochosas, alguns dizeres em branco e o motorista disse que eram palavras de exaltação a Alá e nos traduziu alguns.
Vista das dunas já no deserto
De Tinghir, perdemos o ônibus, então pegamos um taxi até Rissani, pois o preço estava muito alto até Merzouga. Mas confesso que mesmo alto vale a pena. É porque nós não tínhamos noção da distância entre as cidades. É muito longe e a viagem é cansativa porque a paisagem não muda ao longo do tempo. E eu conversando com o motorista para animá-lo a não dormir. Pois o motorista de taxi já estava rodando desde cedo e é um serviço cansativo. Eu estava até com pena dele porque teria que voltar aquele caminho todo e sozinho. No fim de tudo, até achei barato o taxi devido a distância.
De taxi, tivemos que preencher um registro na polícia local para efeito de cadastro.
Ponto branco à direita, alemães
Ponto brilhante à esquerda, pessoal do hotel
Em Rissani, ligamos para o hotel que chamou um rapaz de bicicleta, que parou um carro com os amigos, que eram uns alemães que assustados nos deram carona, que nos deixaram a 5 km do hotel no meio do deserto, donde só víamos deserto e uma luz bem longe, que eram os meninos do hotel vindo de outro lugar, que nos levaram até o hotel e enfim, dunas Erg Chebbi, parte do Saara.
Passar a noite em meio ao deserto contando as estrelas naquele calor, é ótimo.Estava mais gostoso ficar no meio do deserto do que dentro do hotel que estava sem luz e assim, sem ar-condicionado.

Dia 3 - Passamos o dia inteiro no deserto
Erg Chebbi
Fim de tarde, pegamos uma lotada com um conhecido do primo do tio do fulano, pagamos 40Dh por carro para nos levarem até Rissani ( o combinado era Merzouga, deixa quieto!)
Rissani
Em Rissani, pegamos um ônibus da CTM para Meknes
Enquanto aguardávamos o ônibus, fizemos umas compras pelas mercearias e cafés pois a viagem era longa. E fomos interagidos com a população local.
Observamos a diferença da cidade antes e depois do pôr-do-sol em pleno Ramadã. Ouvimos tudo que era emitido pela mesquita pois as ruas tinham auto-falantes para transmissão.
Até chegar a Meknes, passamos por Zaida, Midelt, Errachidia e observamos como as pessoas eram diferentes em seus costumes, roupas, habitações, tudo.
Muralha de Rabat
Dia 4 - Já em Meknes, fomos caminhando até a estação de trem (menos de 10min andando) e pegamos um trem para Rabat
Em Rabat, passeamos pela cidade manhã e tarde
Depois de caminhar pela cidade, pegamos um trem para Marraquexe.
Dia 5- Mais uma andança por Marraquexe e aeroporto




Marrocos e o oceano